Mundo Testosterona

Como dar e levar toco sem perder o bom humor

É missão quase impossível, hoje em dia, encontrar alguém que nunca tenha levado ou dado um toco. Porém, por mais que seja uma situação comum, ninguém gosta de tomar o popular "pé na bunda".

O humorista Marcelo Adnet averte: "A glamurização do toco ainda está longe de acontecer..."

Para esclarecer esse tema,  as jornalistas Leticia Rio Branco e Fabi Cimieri, autoras de "O guia do toco: como dar e levar sem perder o bom humor" respondem algumas questões.

1 - Quem dá mais toco: o homem ou a mulher? 

Fabi - Antigamente sem dúvida era a mulher. Tinha aquela história de que homem não dizia não e também as mulheres chegavam menos. 

Hoje acho que está mais equilibrado, as mulheres estão mais liberadas, tomam mais a iniciativa, e com a oferta em alta, os homens se sentem mais confortáveis para dizer não.

Leticia - Acho que os homens dão mais toco quando percebem que a mulher está na deles, principalmente quando estão iniciando um relacionamento. 

Já a mulher dá mais toco na noite, geralmente o homem não tem muito discernimento e gosta de ficar com qualquer menina só para contabilizar. 

A mulher é diferente, se não tem vontade de ficar com o cara, dá um toco fácil.

2 - Entre os vários tipos de tocos listados no livro, quais são os mais frequentes?

Fabi - Sem dúvida o "Toco Bina" (aquele em que você liga, liga, liga e...caixa postal!). Por isso falamos que ele é o pai de todos os tocos. Se você é capaz de compreender um "Toco Bina", se poupa de levar outros piores e pode até conseguir reverter o jogo no futuro. 

Mas o "Toconfuso", o "Toco o problema sou Eu" e o "Toco Outro" também estão no ranking dos meus preferidos.

Leticia - Os tocos esfarrapados são os mais comuns, porque não afetam tanto a pessoa que leva o toco. 

Além dos que a Fabi disse acima, o "Toco Não sou Apaixonado por Você" e 

o "Toco a Ex" são muito utilizados para quem não quer mais ficar num relacionamento e não sabe como terminar. 

O toco que se utiliza de uma desculpa que parece real, como o "Toconfuso", faz com que a pessoa que leve o toco se identifique com quem está dando. 

3- Qual foi o fora mais marcante que vocês levaram?

Fabi - No meu caso foi o "Toco Grinalda", que listamos na categoria dos foras mais bizarros. Ficava com um cara há anos, mas o relacionamento nunca evoluía para nada mais sério. Chamei o rapaz para uma conversa e disse que tinha certeza de que ele era o homem da minha vida...

Ele respondeu que eu era o máximo, linda, legal, inteligente, cabeça aberta e finalizou dizendo que tinha inveja do homem que se casasse comigo. 

Chorei horas!

Leticia - Foi o "Toco Gringo", sem dúvida. Tinha um namorado alemão, que morava na Espanha. Namorávamos há um ano, estava tudo indo muito bem, mas quando fui para lá ele mudou completamente comigo. Me deu primeiro um "Toco Foco", dizendo que estava focado no trabalho e no mestrado, e que não tinha tempo de nem sair comigo. De quebra me deu um "Toco Não sou Apaixonado por Você", dava em cima de outras meninas na minha frente. Fiquei tão abalada que acabei pegando uma pneumonia, e ele nem chegava perto de mim para não pegar a "doença". Sem remédio e sequer um termômetro, consegui me curar sozinha e fui embora o mais rápido possível da casa dele!

Depois de muitos anos, o cara de pau me procurou querendo me reencontrar. Aí, foi a minha vez: dei um "Toco Máximo" nele, que é aquele em que você diz, com todas as letras: - Não quero ficar com você, não gosto de você!

4 – Existe alguma fórmula para evitar o toco?

Fabi - Não. Todo mundo está vulnerável a levar um toco, não há nada que se possa fazer. Relacionamento sempre envolve outro ser humano e, portanto, é impossível ter 100% do controle das situações. A boa notícia é a de que, sabendo os tipos de tocos mais comuns, podemos não nos deixar abalar tanto por eles e em alguns casos, até conseguir reverter a situação.

Leticia - É sempre é importante ter o bom senso como seu aliado. O toco, quando começa a mostrar que está chegando, deixa alguns sinais. Pelo telefone, por exemplo, a voz da pessoa não é mais tão animada quando atende a um telefonema seu; ela começa a não tratar você como uma prioridade. 

Se isso começa a acontecer, pode ter certeza de que ela está pensando em qual toco vai ter que dar em você... 

Sim, porque ela quer se sair bem da situação, não quer magoar e quem sabe deixar você em "stand by", pode ser um excelente negócio. 

A única fórmula que dá certo é sempre se valorizar e deixar um espaço para que a outra pessoa a procure. 

Com certeza, ao agir desta forma você valoriza o seu passe e dando um 

"Toco premonitório" antes, a coloca num lugar privilegiado. 

5 –E como é possível manter o bom humor, mesmo depois de levar um toco?

Fabi - Vestindo uma roupa bonita, dando aquela caprichada no visual, não importa o quão destruída você se sinta por dentro. Chame as amigas mais animadas e vá dar uma volta, perceba que a vida não gira em torno do seu umbigo, que existem outras pessoas interessantes e tenha certeza:

- O melhor ainda está por vir. 

Leticia - O segredo é não dar tanta importância a uma pessoa que te deu um toco. Não importa se você gosta ou não dela, primeiro você tem que gostar de si mesmo. Olhe o toco com naturalidade, perceba que você não é o único ser humano a passar por isso. 

O mundo é um jogo, as pessoas são apenas peças dele e você pode ter sido desfavorecido apenas numa jogada. Ria de si mesmo e da situação, de como isso tudo é pequeno diante do que você é. 

Saia com os amigos, faça algo que realmente te dê aquela sensação de estar vivo. Parta para outra de mente e coração abertos e não esqueça que tudo pode mudar, a todo momento!

*Por Patrícia Duarte, jornalista e coordenadora de produção do programa Sem Censura da TV Brasil.
Vale a pena seguir os tweets dela: @duartpatricia